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Museu do Seringal, o Regresso ao Ciclo da Borracha em Manaus – AM – Brasil

Que Manaus é uma das capitais mais atraentes do Brasil já não restam mais dúvidas e o Museu do Seringal é a afirmação de que os passeios aqui vão muito além dos já famosos encontro das águas, danças indígenas e botos-cor-de-rosa.

O início deste passeio é na Marina do Davi, que é ponto de partida para alguns passeios “fora do padrão” em Manaus.

Não existem ruas nem estradas para chegar até o Museu do Seringal em Vila Paraíso, apenas água e floresta cercam o complexo nas margens do Rio Negro, que está acessível cerca de 25 minutos de barco saindo de Manaus.

A estrutura foi criada para servir de set de filmagens de “A Selva”, dirigido por Leonel Vieira e estrelado por Maitê Proença em 2001 com o objetivo de reproduzir fielmente um seringal que existiu em Humaitá, distante cerca de 590 km da capital. Depois do lançamento do longa metragem o museu foi inaugurado e aberto ao público em agosto de 2002.

O seringal conta com uma visita guiada pelas instalações que dura cerca de 1 hora e meia e custa R$ 5,00 por pessoa. Durante o tour as ambientações de época trazem os móveis e utensílios que testemunham a riqueza e os problemas vividos nesta região.

Neste espaço podemos ter uma imersão no modo de ser e viver do homem do seringal, entender melhor a era de ouro do Ciclo da Borracha e ter uma ampla visão da situação dos trabalhadores naquela época.

O passeio se inicia no barracão de aviamento, local onde se comercializava equipamentos e onde era adquirida a alimentação para os seringueiros nordestinos que ali chegavam para trabalhar.

Nossa guia explica que os seringueiros precisavam produzir pelo menos 50 quilos de borracha por semana para poder retirar a comida, como nem sempre conseguiam esta quantidade eles ficavam endividados, devendo até o pouco que comiam.

Detalhes, como os equipamentos utilizados na retirada do látex das árvores, a poronga, uma lamparina usada na cabeça dos seringueiros durante a colheita noturna e os moldes dos calçados dos trabalhadores são os destaques.

A famosa Casa de Banho das Damas onde a atriz Maitê Proença se banha em cenas do filme ‘A Selva’ é um ponto importante da visita. A charrete da baronesa fica próxima à casa.

A capela de Nossa Senhora da Conceição era onde os seringueiros rezavam pedindo uma vida melhor que nunca chegaria. Era aqui também que o padre da fazenda ouvia as confissões dos trabalhadores e repassava ao barão tudo o que acontecia nos seringais.

O passeio continua por uma trilha onde é possível conhecer as árvores seringueiras e uma demonstração da extração do látex para produção da borracha.

Mais adiante conhecemos a humilde casa do homem de confiança do barão. Uma estrutura muito simples, de palha e chão batido com algumas redes. “Mesmo sendo um capataz de confiança, este lugar mostra o alto contraste com a riqueza na casa do barão”, afirmou nossa guia.

Continuamos até uma casa de seringueiro. Na verdade é uma frágil construção mais alta do chão causando a falsa sensação aos homens de que estavam um pouco mais protegidos dos animais.

Seguimos para o tapiri onde era realizado o processo de defumação da borracha. Enquanto nos demonstra o processo a guia informa: “a fumaça exalada da borracha defumada, com a constante inalação pelos seringueiros, causava cegueira e tuberculose”.

Podemos ter contato também com um cemitério cenográfico. Os seringueiros que morriam no trabalho eram enrolados em suas redes de dormir pelos colegas e enterrados de forma improvisada.

O roteiro de visitação continua pela passagem à casa da farinha, onde era ralada e prensada a mandioca. Os equipamentos funcionam perfeitamente.

O tour é finalizado na construção mais imponente do Museu do Seringal: a casa do barão. O casarão é decorado com móveis e objetos da época, dispostos em uma sala ampla, um lindo ambiente de jantar, sala de estar e o famoso canto de leitura e música.

A cozinha com fogão a lenha e vários acessórios dá acesso aos dois quartos.

As extensas varandas tem como pano de fundo a paisagem da floresta e do rio.

O museu do seringal permite uma visão da dura realidade enfrentada pelos seringueiros e é uma experiência imperdível para quem deseja entender um pouco mais desta região fantástica, de como Manaus cresceu e também de como foi o período de decadência. Fica aberto para visitação de terça a Domingo, das 8h às 16h.

Este foi mais um passeio que fizemos com a agência Amazon Gero Tours e fomos muito bem tratados por nosso guia, o próprio Gero, que fez os traslados e nos acompanhou durante todo o tour.

No vídeo abaixo tem um pouco mais desta experiência:

Mais uma imagem inesquecível em nosso álbum: Mãos Pelo Mundo.

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