A Ilha de Páscoa esconde segredos e mistérios em seus diferentes caminhos, neste post vamos mostrar algumas atrações que não podem ficar de fora de seu roteiro.
Este post é para você que já leu sobre o principal roteiro na Ilha de Páscoa, o tour de dia inteiro chamado “A Llegada de Hotu Matu’a” – A Chegada Do Rei Hotu Matu’a, que consideramos ser o tour indispensável para quem visita este lugar mágico pela primeira vez.
Depois do primeiro dia em Rapa Nui decidimos continuar com a agência Mahintur que fica na recepção do Hotel Hangaroa e fazer alguns outros roteiros que eles disponibilizam, vamos contar aqui sobre as atrações mais legais destes tours.
O primeiro ponto imperdível é o vulcão mais bonito da ilha, o Rano Kau, que faz parte do roteiro “El poder del Hombre Pájaro” um tour com cerca de 3 horas que visita também as pinturas rupestres de Ana Kai Tangata.
A cratera com mais de 1 km de diâmetro, cerca de 200 metros de profundidade e uma grande fenda causada pela erosão marinha, é uma das imagens mais impressionantes de toda a ilha. já foi a principal fonte de água doce dos moradores da Ilha de Páscoa, tanto que ali formou-se a vila de Orongo, uma antiga aldeia cerimonial Rapa Nui.
A lagoa que reflete o azul do céu possui microclimas que facilitam o desenvolvimento de diversas espécies de plantas, inclusive a taboa, que são a matéria prima das ilhas flutuantes dos Uros no Lago Titicaca – Peru. Uma possível evidência do contato dos antigos aborígenes com as culturas antepassadas da América do Sul. Somente os nativos tem acesso à parte baixa da cratera para colher as plantas e confeccionar artesanato.
Para ter acesso às trilhas que circulam o vulcão e o sítio arqueológico de Orongo é necessário apresentar o ticket de acesso ao Parque Nacional de Rapa Nui (mostramos como adquirir neste post).
Aqui encontram-se preservadas 55 casas que eram utilizadas para a realização da competição do Homem Pássaro e para o culto ao Deus Make-Make.
O ritual do Homem Pássaro era uma competição para a escolha do novo líder da ilha. O ganhador era aquele que conseguisse capturar o primeiro ovo do Manutara, uma ave marinha local. Este pássaro chegava de sua migração no início da primavera e deixava seus ovos em Moto Nui (a grande ilhota) e Motu Iti (a pequena ilhota), os competidores assumiam uma postura suicida descendo os paredões do vulcão, nadando até as ilhas e aguardando por dias, às vezes semanas a chegada do pássaro.
O guerreiro que voltasse com o ovo era chamado de Tangata-Mano “Homem Pássaro” e governava a ilha até a próxima primavera. A ultima cerimônia aconteceu por volta do ano de 1867. Hoje é reproduzida no Tapati Rapa Nui Festival que acontece sempre entre o final de janeiro e início de fevereiro e conta com competições de dança, arte e esportes.
Outro ponto imperdível na Ilha de Páscoa é o Ahu Akivi, que faz parte do roteiro “Mirando Hacia las Estrellas”. Trata-se do único altar que não encontra-se na costa. Uma das teorias é que seriam a representação dos sete exploradores de Hiva, que foram enviados pelo rei Hotu Matua à Rapa Nui, isto justificaria a posição, olhando para o mar, quando todos demais Ahus da ilha tem seus moai posicionados de costas para o mar.
A estrada de acesso não é boa e o lugar não tem mais nada, por isto é interessante fazer o passeio com um guia.
Outra parte muito legal do roteiro “Mirando Hacia las Estrellas” é a visita ao vulcão Puna Pau, a fábrica de Pukao (os chapéus dos moai). A rocha vulcânica vermelha daquela região da Ilha de Páscoa é porosa e mais fácil de ser talhada, provavelmente por isto foi escolhida para a confecção dos gigantes pukaos que chegam a ter 3 metros e podem pesar até 20 toneladas.
Como foram encontrados cerca de 100 pukaos na ilha, um número muito baixo comparado aos mais de 900 moai, acredita-se que os enfeites tenham sido criados a bem menos tempo do que as estátuas, talvez não para representar um penteado ou adorno e sim para evitar as descargas elétricas nos moai que acabam se transformando em para-raios nas tempestades.
Se a técnica para levantar um moai com 80 toneladas e transportá-lo por até 20 km continua sendo um mistério, colocar estas pedras gigantes sobre as esculturas é mais intrigante ainda.
Mais um passeio imperdível na Ilha de Páscoa é o Complexo de Tahai. Este é o sítio arqueológico mais acessível, fica em Hanga Roa, a área mais habitada e com maior infraestrutura da ilha, a apenas alguns minutos do hotel Hangaroa, onde estávamos hospedados.
O centro foi reconstruído em 1968 pelo arqueólogo William Mulloy e compreende três ahu principais: Ahu Ko Te Riku, um moai enigmático e bem conservado que fica em uma plataforma individual, possui um pukao e grandes olhos brancos; Ahu Tahai, outro moai sozinho em um altar, um pouco mais desgastado pelo tempo, sem pukao e Ahu Vai Ure, um ahu com 5 moais.
Apesar de os moais serem incríveis, o maior destaque desse setor cerimonial é o conjunto que une arte milenar, céu geralmente nublado e Oceano Pacífico que acontece a cada por do sol na concorrida praça, que antigamente era utilizada para fins religiosos dos Rapa Nui. A dica aqui é chegar cerca de 30 minutos antes do crepúsculo e ir acompanhando sem pressa este espetáculo.
Bem próximo ao Complexo de Tahai está o belo cemitério católico que foi inaugurado em 1951 e guarda sepulturas da primeira metade do século passado, como a de Uka A’Hey A’Rero, esposa do rei Atamu Tekera. Detalhe para cruz no centro do cemitério que foi talhada de um pukao.
A caverna Ana Te Pahu não é um passeio obrigatório, mas, se você tiver tempo, é bem legal como aventura e exploração. Trata-se de uma área subterrânea composta por quatro câmaras conectadas por escuros corredores que serviram de refúgio nas sangrentas guerras tribais que ocorreram entre os anos de 1200 e 1500.
A medida que vamos nos aprofundando pela caverna surgem clareiras que iluminam o ambiente, nestes pontos de luminosidade algumas plantas se desenvolvem. A estrada de acesso tem várias bananeiras, por isto alguns conhecem estas como “Cavernas das Bananeiras”.
A Ilha de Páscoa é um dos lugares mais incríveis para se visitar no mundo, existe a beleza natural, o fato de você estar na ilha mais remota do planeta, as esculturas que escondem fatos intrigantes, entretanto, a história do povo Rapa Nui nos fez pensar na história da humanidade em si e do momento em que vivemos.
É estranho pensar que em um lugar tão pequeno territorialmente foram criadas tribos rivais que travaram guerras sangrentas. Como o ser humano pode ser tão competitivo e agressivo a ponto de não conseguir conviver em harmonia nem em pequenos povoados?
A cegueira de toda uma comunidade foi tão grande que eles não se deram conta que, em algum momento, ultrapassaram a linha do compreensivo e acabaram com todas as árvores e com o equilíbrio ambiental causando praticamente a sua própria destruição. Segundo o livro “Colapso” do biogeógrafo Jared Diamond, James Cook, que redescobriu a ilha no domingo de páscoa no ano de 1744 descreve que os habitantes da ilha como “pequenos, magros, tímidos e miseráveis”.
Nossa viagem para Te Pito O Te Henúa (o nome original da ilha) foi uma das coisas mais legais que já fizemos, foi mais do que um sonho realizado, foi a criação de uma nova perspectiva, de uma nova visão sobre nossas crenças, nossos atos e nossa pequena ilha que chamamos de Planeta Terra.
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Hangaroa Eco Village, a Hospedagem Perfeita na Ilha de Páscoa
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