Encontrar o Lucca – Casa de Chef é como encontrar um pote de ouro ao final do arco-íris. Não pelo endereço, que é de fácil acesso, muito menos pelo estacionamento, fomos à noite e tinha segurança/manobrista, mas o ambiente, o atendimento e o sabor deste restaurante nos fazem agradecer por estarmos em Porto Alegre.
Noite tranquila, lua cheia e o desejo de conhecer um lugar diferente nos motivaram a seguir até o arborizado bairro Higienópolis para finalmente conhecer o Lucca, um restaurante italiano que foge totalmente dos clichês desta categoria.
A charmosa fachada do prédio de dois andares, com grandes janelas no piso inferior e várias janelinhas envidraçadas no piso superior, em total harmonia com um pergolado e suas diversas plantas, nos deixou animadíssimos para saber quais surpresas estariam nos esperando.
Fomos recebidos pelo atendente Paulo, que abriu a enorme porta do restaurante nos deixando de frente ao salão principal. A primeira visão que tivemos foi de uma estante com muitos livros sobre gastronomia e diversos objetos pessoais dos famosos chefs Lucilia Tostes Agrifoglio, Caroline Martin e Mauricio Olmi.
O Lucca é um dos ambientes mais charmosos da capital, entre os detalhes que fazem toda diferença está o retangular quadro negro onde o cardápio semanal e as alterações no menu à la carte, servido somente à noite, são escritas à mão, com giz. É um raro mix de ambiente requintado com atendimento e comunicação informais. A trilha sonora vai do jazz ao pop suave, sem interrupções.
O restaurante funciona com almoço de segunda a sexta-feira no sistema “menu confiança” e inclui couvert, entrada e prato principal. Todo mês o cardápio muda, e segundo Mauricio Olmi, nunca repetiu-se até hoje. Para saber o menu do dia basta acompanhar o Facebook Oficial.
O restaurante tem dois ambientes distintos: No primeiro andar encontram-se as mesas maiores, perfeitas para uma divertida reunião entre amigos. No mezanino a área é mais intimista e privada, perfeita para um encontro romântico ou uma conversa mais reservada.
A estrutura de ferro aparente, parede com tijolos a mostra, detalhes em madeira de demolição e piso de cores quentes mostram o bom gosto dos proprietários.
O cuidado nos detalhes, os pratos com diferentes decorações e o aconchego do local nos fazem sentir em casa. A decoração tem muitos itens relacionados a antigos instrumentos de cozinha, com iluminação na medida certa.
É também na área superior do prédio que fica a espaçosa, iluminada e brilhante cozinha. Tudo é preparado com muito cuidado e de forma organizada, coisa que só uma verdadeira “Casa de Chef” é capaz de propiciar. Este é, segundo os chefs, “Um recanto especial sem regras ou limites”.
As mesas são preparadas com uma combinação de duas toalhas sobrepostas e adorei o fato de que, além do guardanapo tradicional de tecido, o Lucca tem úteis guardanapos de papel. Tudo pensado de forma a melhorar a experiência de cada cliente, com a verdadeira alma italiana.
Quando abrimos o cardápio tivemos uma surpresa: Estampado na primeira página, um lindo texto da chef Caroline Martin que nos emocionou. Faz toda a diferença visitar um restaurante que tem tanto orgulho da sua história, isto influencia em tudo, do menor ao maior detalhe para que a evolução do Lucca seja progressiva e sustentável.
Mari e Paulo foram os atendentes que nos auxiliaram por toda noite. Quando comecei a tirar fotos do cardápio, como que em um passe de mágica aumentou a luz sob a nossa mesa. Obra do Paulo. Sempre atento, faz de tudo para que cada comensal sinta-se confortável.
Enquanto líamos o texto que citei acima chegou o Couvert: Pão artesanal, manteiga, copa e azeitonas. – R$ 9,00 (03/2015) – Nos pareceu um couvert normal, simples até. Ledo engano. A manteiga tem um surpreendente sabor de limão siciliano e a copa é exatamente igual a uma que tive o prazer de conhecer na Serra Gaúcha (de repente até seja a mesma), produzida na cidade de Nova Roma do Sul. Uma iguaria única, com zero de gordura e coberta de especiarias.
A carta de vinhos é extensa e com um bom custo benefício, como eu estava dirigindo e teria mais quase 100km pela frente pra voltar para casa, optei por não beber. É verdade, enfrentamos mais de 200km (ida e volta) só para experimentarmos o Lucca. Ficamos na água – R$ 4,00 300ml (03/2015) – e no guaraná – R$ 4,50 lata (03/2015) -.
Para começar a noite optamos pela entrada O Ovo: Um ovo caipira mollet, ragu de cogumelos, brioche e azeite trufado. – R$ 29,00 (03/2015) – O chef Mauricio Olmi trouxe pessoalmente à nossa mesa e nos explicou o preparo. Não sei dizer o que mais agradou neste prato, não sei se são os temperos frescos, o ovo no ponto ideal, mas estava “Dos Deuses”!
Estava tão bom que não me contive em fotografar somente a bela apresentação na panelinha, tive que registrar também como ficou no meu prato.
Seguimos para o menu de massas e com a sugestão da chef Lucilia Agrifoglio pedimos o Tertelloni de Berinjela e Provolone: Com creme de ricota, avelã e pesto. – R$ 57,00 (03/2015) – Estávamos entre 2 pessoas e os pratos foram divididos. Este tortelloni, de massa mais firme, salteado na manteiga e somado às avelãs é uma explosão de sabores com muitas texturas diferentes. Muito obrigado Lu, nocauteou nosso paladar e nos deixou muito felizes.
Continuando nas massas, o escolhido da vez foi o Sorrentino de Alcachofra e Parmesão: Com bacon, tomate cereja e salsa. – R$ 57,00 (03/2015) – Sabe o que é o bacon na crocância ideal em um prato onde até o tomate cereja (me pareceu levemente grelhado) fica com sabor de quero mais? É este!
Tive que abrir o sorrentino para fotografar o delicioso recheio de alcachofra, pena que este blog ainda não possa transmitir o aroma dos pratos….
Partimos para o menu de risotos e fomos de Galinha Caipira: Risoto de galinha caipira com pimenta verde e agrião. – R$ 52,00 (03/2015) – O prato vem com grãos de pimenta, eu adoro, já a Fabi preferiu selecionar e retirar a pimenta antes de comer. Fica a dica, se não quer a surpresa de morder um grão de pimenta, avise ao pedir o prato.
Apesar de ser com frango caipira, a carne é super macia. Sim, descobri no Lucca que existe a possibilidade de um frango caipira ser ao mesmo tempo firme e macio…
Para sobremesa o escolhido foi o Vesuvio: Vulcão de chocolate 70%, toffe, flor de sal e sorvete de paçoca. – R$ 20,00 (03/2015) –
Foi a primeira vez na vida que comi sorvete de paçoca, na verdade, foi a primeira vez na vida que ouvi falar de sorvete de paçoca. É fenomenal. Tem sabor de sorvete e de paçoca, sério mesmo, fiquei mais impressionado do que quando eu comi pela primeira vez sorvete de queijo. Sorvete de paçoca é o máximo! Não preciso nem falar do bolinho de chocolate com sal marinho moído na hora, só provando para saber do que se trata. O prato é grande e serve tranquilamente 2 pessoas.
A constante preocupação com as melhorias vão longe, além de os chefs checarem de perto a reação do público para com seus pratos, em um contato direto e uma rápida conversa à mesa, uma pequena pesquisa é oferecida a todos que frequentam a casa.
Eu não sei dizer se a comida do Lucca é slowfood, confortfood, ou sei-lá-o-quê, a verdade é que a cozinha deste restaurante tem uma forma genuína de compartilhar com seus clientes o prazer de se fazer uma refeição onde a comida é pensada em cada detalhe, tudo fresquinho. Tanto faz se é com ingredientes sofisticados ou bem simples, os pratos são sempre primorosos e de um sabor inesquecível.
Lucca – Casa de Chef
Rua General Couto de Magalhães, 1195 – Higienópolis
Porto Alegre/RS
Fone: (51) 3013-1505
restaurantelucca.com.br
Mais uma inesquecível experiência em nosso álbum: Mãos Pelo Mundo.
Comemorei meu aniver de um mes de namoro lá! achei demais!!!!!!!
Que bom Américo, muitas felicidades para vocês!
Uau, que experiência fascinante! Com certeza vou experimentar, muito obrigado pelas dicas Pessoas e Lugares!
Vai adorar Jorge!
Ótima sugestão, Vale a pena conhecer!
Vale mesmo, é um lugar fascinante
Adorei as dicas! E as paisagens são lindas!!!!
Porto Alegre é Demais Yvette 😀
Que sonho de viagem.
Vale muito a pena conhecer Porto Alegre Justino