Espaço Tibet Tashi Ling, um Lugar Puro e de Boa Sorte em Três Coroas – RS – Brasil

O Espaço Tibet – Tashi Ling é a essência tibetana com um toque ocidental moderno. Suas cores, seus detalhes e gastronomia nos levam para outro país. O primeiro restaurante tibetano do Brasil (e, até onde eu sei, único) encanta todos nossos sentidos.

Tashi Ling é uma expressão em tibetano que significa um Lugar Puro e de Boa Sorte. Hoje o ambiente aumentou e é chamado de Espaço Tibet para abrigar muito mais que um restaurante, um estilo de vida e um pedaço desta região asiática no Brasil. Casualidade ou não, Três Coroas tem uma geografia semelhante ao Tibete, emoldurada por montanhas.

Não espere nada parecido com o que se encontra na culinária indiana. Na cozinha tibetana os sabores dos pratos são ressaltados por terem poucos condimentos, quase nada de sal e jamais é usado óleo. Os temperos tibetanos são o segredo dos pratos.

O primeiro contato que se tem com o restaurante é no aconchegante jardim, sob os cuidados de Buda e das bandeiras típicas de mantras penduradas nas árvores.

Quem recebe os clientes é o chef tibetano Ogen Shak, que junto a sua esposa, Adriana de Rocha Shak, são proprietários do local. Ogen é uma pessoa especial, iluminada, eu poderia ficar horas e horas ouvido suas histórias, carregadas de um sotaque e simpatia inconfundíveis. Acredito que no dia em que estivemos no restaurante muitos pratos devem ter sido entregues com atraso, pois eu não deixava Ogen voltar para cozinha.

Ele faz arte sacra tibetana e foi convidado para pintar os templos em São Paulo e em Três Coroas, chegando aqui se apaixonou e resolveu ficar.

Ogen Shak nos contou que a maior parte da população mundial tem contato apenas (quando tem) com os aspectos religiosos e políticos do Tibet, a ocupação do território pela China e o sofrimento da população. Ele quer apresentar outro lado da sua cultura para as pessoas: arte, música (ele também canta) e, claro, gastronomia. Então, o Tashi Ling foi transformado neste lugar onde se encontra a tranquilidade e os sabores do Himalaia com um toque contemporâneo.

O foco é bem definido: Difundir a cultura tradicional tibetana, que reúne uma vasta sabedoria de recursos e métodos, proporcionando harmonia com a natureza e as energias que moldam a vida.

O restaurante é pet friendly, quem vir a uma refeição com seu bichinho de estimação poderá usufruir de espaços específicos, como a área externa, projetada para uma maior liberdade e contato com as obras de arte do pátio.

Todo o ambiente é temático, requintado e colorido, com som de mantras e músicas folclóricas tibetanas que oferecem uma sensação incrível de calma e serenidade. O restaurante é simples e aconchegante. É uma espécie de tenda com panos e bandeiras coloridas. O salão principal é todo envidraçado. Tudo confeccionado pelo talentoso Ogen. Uma TV fica passando ininterruptamente imagens do Tibete. Este clima todo faz com que os aromas e temperos da deliciosa comida fiquem ainda mais atraentes.

O restaurante poderia atender a muitos clientes, mas Ogyen optou por uma maior respiração e privacidade entre mesas, desta forma o transito dos garçons, crianças ou pessoas levantando fica quase imperceptível. O ambiente é perfeito para casais, famílias ou grupos de amigos.

Tudo aqui tem a alma do casal Shak, até mesmo as cadeiras tem desenhos próprios, que não se repetem. Tudo trabalho do mestre Ogyen.

O menu traz as palavras de Dalai Lama estampadas: “Às vezes penso que o ato de servir e alimentar o outro é a raiz de todas as relações.” É com esta filosofia que tudo por aqui é feito.

Os pratos são servidos por atendentes tipicamente trajados ao som de mantras e músicas folclóricas tibetanas. Todos extremamente educados e visivelmente dedicados em agradar e servir bem. A louça é delicada e muito bonita.

Todos ingredientes utilizados na cozinha são orgânicos, a grande maioria plantado pelo próprio restaurante ou adquirido de produtores locais e evita-se ao máximo o desperdício no preparo das receitas.

Ao chegar, um chá de boas vindas foi servido em nossa mesa. Era um delicioso e leve chá preto com gengibre e limão.

Pra beber escolhemos o que veio a ser o coquetel de frutas mais gostoso (e bonito) que já provei. Coquetel de Frutas – uma inusitada mistura de abacaxi, kiwi, pêssego, maracujá e morango. – R$ 8,50 (02/2015) – Acredite ou não, o sabor final parecia muito com a fruta araçá (que não faz parte do coquetel). É sem álcool, mas eles fazem com vodka se o cliente quiser.

Para a entrada escolhemos Momos Tradicionais Flambados: Trouxinhas tibetanas, cozidas no vapor, salteadas na manteiga. – Porção com 6 momos (ideal para 2 pessoas) R$ 23,90 (02/2015) – Vieram momos nos sabores: Sha (carne), Alu (batata) e Nhotsé (legumes). Como acompanhamento destes momos, molhos a base de manjericão e tomate. O momo geralmente é fechado como uma “trouxinha”, seja no formato de pacotinho, meia lua ou de uma bolsinha redonda e roliça. O significado do nome é “o que carrega o carinho da mãe”.

Chamô Momo (Momos de Cogumelos): Também são trouxinhas tibetanas, mas fechadas de forma diferente e com um recheio de cogumelos – Porção com 6 momos (ideal para 2 pessoas) R$ 22,90 (02/2015) – Vem acompanhado de um molho Shoyo feito no próprio Espaço Tibet. O melhor Shoyo que já experimentei.

Salada Caprese: Tomate cereja, palmito, azeitonas pretas e verdes, mussarela ao molho manjericão – Porção para 2 pessoas R$ 29,90 (02/2015) – Tão delicados e deliciosos que fica difícil de explicar.

Para o prato principal: Racha: Pernil de cordeiro servido com molho de cravo, acompanhado de arroz branco flambado na manteiga com castanhas de caju picadas e gergelim preto, batatas cozidas seladas na manteiga com ervas – R$ 68,90 (02/2015) – Serve muito bem duas pessoas. Ainda teve como acompanhamento cenoura caramelada com mel que se destacou. Prepare-se para apreciar um molho bem doce. Um prato diferente, tenro, suculento, maravilhoso.

Shatok Niandu Nhotses: Picadinho de filé mignon grelhado com legumes – R$ 45,90 (02/2015) – Forte no sabor, encorpado e inesquecível. Ainda acompanhou o exótico Ti Momo, um pão tibetano em formato de caracol temperado com erva doce e açafrão, super suave, em contraste perfeito com o shatok. Este prato também serve perfeitamente a duas pessoas.

De sobremesa um Shintok Tse: Purê de banana com frutas secas e calda de caramelo com sorvete. – R$ 12,90 (02/2015) – Este é outro prato que só experimentando para entender, é uma mistura em quantidades perfeitas de frutas secas com banana apresentado de forma minuciosa na casca da própria banana. Um show de sabor.

Além da culinária, a arte tibetana também é muito valorizada no Espaço Tibet. Na entrada do restaurante existe uma pequena loja com objetos de decoração, livros sobre a filosofia e religião do Tibet, CDs, incensos, bandeiras budistas com mantras e outros produtos para quem deseja reviver a experiência e presentear pessoas queridas.

Os produtos vem em sua maioria de pequenas comunidades que vivem no Tibet, e que enviam suas criações para serem comercializadas no local. Esta é também uma forma de apoiar as pequenas comunidades tibetanas que precisam de auxílio para se manter.

O Espaço Tibet não alimenta só o corpo, alimenta o espírito e nos traz uma tranquilidade sem igual! É uma experiência de acolhida, de alegria. Se existe um conceito de alimentação que engloba a forma como a gastronomia é conduzida no Espaço Tibet, este conceito deve se chamar Happy Food.

Espaço Tibet
Rua Alagoas, 361
Bairro Águas Brancas
Três Coroas – Rio Grande do Sul
espacotibet.com.br